
MANAUS — A Polícia Federal (PF) irá investigar HIV em pacientes que receberam órgãos transplantados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou essa situação, classificando-a como “sem precedentes e inadmissível”. Até o momento, dois doadores e seis receptores testaram positivo para o vírus, conforme informações do Ministério da Saúde.
Investigação e Responsabilidades
Em resposta a essa crise, a Secretaria e o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriram sindicâncias para identificar e punir os responsáveis. Além disso, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil também iniciaram inquéritos. Dessa forma, essas ações integradas visam garantir que todos os envolvidos enfrentem as consequências de suas falhas.
Ademais, tanto a SES quanto o Ministério da Saúde reforçaram a segurança da rede de transplantes no país. O Sistema Nacional de Transplantes é reconhecido como um dos mais seguros e transparentes do mundo. “Existem normas rigorosas que visam proteger tanto os doadores quanto os receptores”, afirmou o ministério.
Suspensão do Laboratório
Entretanto, vale ressaltar que as infecções foram identificadas após testes realizados por um laboratório privado, o PCS. Esse laboratório atuou a serviço da Fundação Saúde sob a responsabilidade da SES, mas não detectou a presença do vírus nos exames. Após o surgimento do caso, a SES suspendeu os serviços do PCS e interveio cautelarmente. Consequentemente, os exames passaram a ser feitos pelo Hemorio.
O Ministério da Saúde determinou a instalação de uma auditoria urgente pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS para investigar possíveis irregularidades na contratação do laboratório e outras providências.
Polícia Cívil prende mulher por Maus Tratos a Cachorro
Situação dos Pacientes
Ainda, a SES classifica a situação como gravíssima. “O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou a vida de mais de 16 mil pessoas”, afirma a secretaria. Portanto, a SES abriu sindicância “para identificar e punir os responsáveis” pela contaminação por HIV nos pacientes transplantados e criou uma comissão multidisciplinar para acolher os afetados. Imediatamente, a SES tomou medidas para garantir a segurança dos transplantados.
Ademais, a SES está rastreando todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores desde dezembro de 2023, quando o laboratório foi contratado. O Cremerj também instaurou sindicância para apurar as denúncias. O presidente do Cremerj, Walter Palis, declarou que a segurança dos pacientes é fundamental.
Em um movimento proativo, o MPRJ instaurou um inquérito civil para investigar o caso e se colocou à disposição para ouvir as famílias afetadas. Além disso, eles estão prontos para receber denúncias de quem se sentir lesado e prestar atendimento individualizado às partes envolvidas. A Polícia Civil já está conduzindo suas investigações.
Posicionamento do Laboratório
Por fim, o laboratório PCS Lab anunciou que abriu uma sindicância interna para apurar as responsabilidades. Eles garantiram que se trata de um episódio “sem precedentes na história da empresa”. O PCS informou à Central Estadual de Transplantes todos os resultados de exames de HIV realizados entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024. No entanto, o laboratório utilizou os kits de diagnóstico recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa.
“O PCS Lab dará suporte médico e psicológico aos pacientes infectados com HIV e seus familiares. Além disso, reafirma que está à disposição das autoridades para colaborar nas investigações”, conclui o laboratório.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Divulgação